Em relação a questão econômica, pode-se até gastar mais do que arrecada, mas em algum momento vai ter que repor esse valor. O dinheiro não vai surgir do nada, ou aumenta a arrecadação (com aumento de impostos ou como consequência do crescimento), ou corta custos.
Um governo pode fazer dinheiro surgir do nada, basta imprimir mais notas.
Governos não são pessoas, esqueça essas noções.
Claro, governos tem mais mecanismos que permitem uma maior maleabilidade na gestão dos gastos, mas uma hora a conta chega. Por isso que eu apoio o teto de gastos que Meirelles propõe, pois justamente impede que os gastos públicos cresçam além da inflação, e o país na crise que tá não pode jogar dinheiro fora (apesar que tá fazendo e de monte, né - pelo menos é bom ver a bosta do psdb cobrando dos caras).
Claro, vamos usar como base os gastos em um ano de crise, quando a arrecadação tá muito abaixo do normal, e usar isso como teto pros gastos públicos... Sucateamento da educaçào pública e do SUS em poucos anos será o resultado dessa barbaridade.
Austeridade pode não ser a forma mais rápida de se sair de uma crise, mas acredito que seja pelo menos segura.
Não é. Austeridade aprofunda a crise em um primeiro momento e retarda a saída da crise comparada a medidas Keynesianas, por exemplo. É aquilo que eu venho dizendo, governos não são pessoas. Austeridade é a coisa mais sensata pra uma pessoa ou empresa em época de crise, mas é uma das piores coisas que um governo pode fazer.
O ideal é que o governo aumente os gastos em épocas de crise, assim compensando a queda do setor privado, e aplique austeridade em épocas de bonança. O detalhe é que o aumento de gastos não pode ser irresponsável, ele tem que focar em questões estratégicas que tragam benefícios ao país além de aumentar a demanda.
Por exemplo, em vez de ficar dando incentivos fiscais pra grandes empresas, o que derrubou a arrecadação, a Dilma poderia ter feito um estudo dos gargalos no sistema de transporte de cargas no Brasil e ter expandido a infraestrutura pública a fim de resolver ou amenizar esses problemas.
Medidas mirabolantes tem um risco maior e já quebraram vários países, vide a nova matriz econômica brasileira e governos afinizados na Argentina, Venezuela ou mesmo a Grécia.
Políticas econômicas da Dilma, Cristina e Maduro não são apoiadas por economistas sérios. Não adianta nem usar elas como exemplo de nada.
O que quebrou a Grécia foram gastos irresponsáveis com apoio de bancos que maquiaram os dados, além de sérios problemas estruturais da zona do euro.
Agora as políticas do FHC são de esquerda pow. Agências reguladoras, programas sociais, estado intervindo na vida do cidadão, aumento de impostos, etc. Ele deu uma maior abertura econômica, mas muito longe do que se espera de um país liberal. (e foi com Lula onde o brasil gozou a melhor liberdade econômica).
Se pegar só esses exemplos, parece mesmo que são políticas de esquerda. Mas olhando no conjunto, não são, são propostas típicas da terceira via social democrata dos anos 90. São políticas de centro, na verdade.