• Hey, guest user. Hope you're enjoying NeoGAF! Have you considered registering for an account? Come join us and add your take to the daily discourse.

BrazilGAF |OT| of Samba, Carnaval... and letting GAF have a sample of it all!

Platy

Member
Mas a argumentação é de que se fosse por pouco tempo, não ia restaurar a fé dos investidores de que é um plano sério de reestruturação.

E eu até concordo. Se fosse pelo tempo que o Temer estivesse lá seria risível. Maluco sai em menos de dois anos, mas 20 anos parece exagerado também.

Pra mim, acho que a sugestão do PT de botar cláusulas na pec de eximir saúde, educação e segurança taria de boa. Foda que se for ver, o país gasta ora caralho nessas áreas, então seria o mesmo que não fazer pec alguma.

http://m.folha.uol.com.br/seminario...-falsa-economia-diz-professor-de-oxford.shtml

Folha - Por que o senhor afirma, em livros e palestras, que a redução de gastos em saúde é a pior catástrofe?
David Stuckler - Porque há um risco real e comprovado de mais mortes, surtos de infecções como por HIV, retorno de doenças erradicadas como malária, aumento dos índices de alcoolismo e suicídio epidêmico. É o que vimos acontecer recentemente na Grécia, por exemplo. Agora, para lidar com esses problemas, o governo grego vai ter de gastar mais do que teria gasto para prevenir doenças.

Austeridade em saúde é uma falsa economia, e não é nenhum exagero dizer que austeridade mata.

Quais seriam os argumentos econômicos para convencer as autoridades a não cortar o orçamento para a saúde durante uma crise?
Há um clichê econômico que diz: "Uma onça (28 gr) em prevenção vale uma libra (450 gr) em cura".

Algumas pessoas pensam que saúde é só um custo a mais a ser abatido, mas os governos fazem escolhas sobre onde gastar ou poupar em tempos difíceis. Frequentemente, este debate acaba sendo apenas ideológico, mas pode-se debater com evidências científicas.

No departamento de sociologia [de Oxford] estamos estudando um conceito chamado multiplicador fiscal. É um cálculo sobre quanto dinheiro você consegue de volta com diferentes tipos de gastos públicos.

Descobrimos que os melhores índices multiplicadores vêm dos gastos com saúde e educação.
Entre os piores, estão os gastos com defesa: em alguns países europeus, esses índices chegam a ser negativos.

Portanto, mesmo quando é inevitável fazer cortes, é melhor proteger a área da saúde. É uma oportunidade de recuperar a economia e crescer mais rapidamente.

E ... o Brasil ta em 42º no ranking de qual pais mais gasta em saude

1Llp1bc.png


a barra inteira é quanto o 1º colocado, a noruega, gasta em saude

edit ------------

E vcs acham que só defende a pec quem apoia o temer e talz ?
E da mesma forma como o audio vazado foi a ultima gota pra muita gente que defendia o trump .... a pec foi a ultima gota pra muito fã do bolsonaro

http://www.sensacionalista.com.br/2...ue-nao-os-representa-pode-rir-a-piada-e-essa/

e essa materia nem tem os melhores

uEEzJCs.jpg
 

Sblargh

Banned
Em 10 anos, eles irão rever pra onde vai o dinheiro não-gasto (dado que o teto proíbe o governo de gastar) e lá poderá se decidir sobre saúde e educação. Agora a prioridade é pagamento da dívida; o que eu entendo, mas discordo.

Mas saúde e educação não é o crítico na real, porque a maior parte do investimento nesse sentido vem da esfera municipal e estadual, federal mesmo só as universidades federais e programas como o FIES, ProUni, Pronatec, etc. A saúde eu não sei tanto como funciona. Mas mesmo assim, o teto não diz necessariamente que é daí que vai sair o dinheiro, é só daqui 2 anos nós votarmos em alguém que diz que cortará outros tipos de gastos. Algum gasto tem que ser cortado, que será com educação e saúde é o pior dos casos, que dado que é o Brasil é claro que pode se concretizar, mas enfim, é alguma falta de informação dizer que o corte VAI ser na educação e na saúde.

O corte mesmo virá, acredito, na previdência. Essa PEC vem em conjunto com a reforma na previdência, é o mesmo pacote. De resto, se a coisa der certo - e agora é esperar pra dar - é possível que com o crescimento do PIB, portanto da arrecadação, que se recupere também o investimento. Eu mesmo aqui estou chamando de teto, mas na verdade o que muda é o investimento mínimo e não máximo. Se o Brasil descobrir unobtanium e se tornar a nação mais rica do planeta depois de amanhã, com PEC ou sem PEC, os royalties do unobtanium podem ser usados para construir mais universidade federal.

Eu sou contra, principalmente por não estar sendo discutido com seriedade outras alternativas, como a taxação em grandes fortunas ou em lucros e dividendo ou com a privatização/extinção do BNDES, cobrança dos calotes bilionários, etc e tal. HÁ alternativas, isso é o que me emputece com o Meirelles, HÁ alternativas, acho, mas esse é um debate regado, principalmente, pela desinformação e pelo alarmismo. De um lado o fim do mundo, do outro lado o não há escolha. Assim fica difícil pra uma pobre alma democrática.
 

Shinriji

Member
Mas saúde e educação não é o crítico na real, porque a maior parte do investimento nesse sentido vem da esfera municipal e estadual, federal mesmo só as universidades federais e programas como o FIES, ProUni, Pronatec, etc. A saúde eu não sei tanto como funciona.

No caso da saúde, obviamente vc não sabe do que está falando.
 

Shinriji

Member
Poderia, mas acho que é melhor quem tiver interesse procurar se informar sobre as portarias de financiamento do SUS, que vão explicar bem melhor que eu.

A minha frase saiu torta e sei que vc não disse isso por mal, mas pelo meus anos de trabalho na saúde pública no nível central me dói ver gente escrevendo ou falando coisas sobre o SUS que não entendem. Principalmente políticos.
 

Sblargh

Banned
A questão é que o financiamento do SUS vem das três esferas. A PEC diz respeito apenas à esfera federal. O que eu estou procurando agora - e não achando - é quanto do total isso significa.

Do Spotniks, que é um site que às vezes é muito bom e às vezes muito ruim, mas de qualquer forma, é um site que pelo menos tenta um diálogo.

Ainda assim, as coisas por aqui não são tão simples como parecem. Há exceções da lei. Alguns tipos de despesa não se sujeitarão ao teto. Entre elas, o FUNDEB, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica. Para efeito de comparação, o fundo tem um orçamento previsto em 2016 de R$ 138 bilhões, ou quase 35% a mais do que todo o gasto do Ministério da Educação. Nada disso seria alterado.

Dentre os R$ 389 bilhões, ou 6,6% do PIB brasileiro gastos em educação no ano de 2015 (percentual que supera o de países como Islândia, Suécia e nova Zelândia), apenas 21,81% disso foi gasto pelo governo federal. Todos os quase 80% restantes, portanto, não entrariam na conta do congelamento, pois são de responsabilidade de estados e municípios, que não serão afetados pelo teto.

Ainda assim, o gasto federal em educação não necessariamente ficará congelado como está hoje. Graças a uma nova regra, o valor de 2017 será calculado com base no que for empenhado e não naquilo que for efetivamente gasto em 2016. Com esta pequena mudança, o orçamento para 2017, será maior do que em 2016, e depois disso será mantido igual, com reajuste pela inflação. Na prática, no entanto, o que mais importa aqui é que, com a PEC, os cortes na área feitos em 2015 e 2016 se tornam proibidos.

Ainda assim, se o Congresso quiser, poderá ampliar o gasto com educação do país, desde que aponte de onde dos 80% do orçamento que não dizem respeito à saúde ou educação o valor sairá.

O mesmo ocorre com a saúde, área na qual o governo federal é responsável direto também por apenas uma fração daquilo que é aplicado no país, uma vez que boa parte dos gastos na área são privados (56% do total), ou de responsabilidade de estados e municípios (cerca de 25,5% do gasto total).

Dos 19% dos gastos em saúde que cabem ao governo federal, a PEC acarretará de fato numa perda. Determinar quanto será perdido, porém, é quase impossível.

O problema dessa quote é que eles colocam na conta o gasto privado com saúde, o que não é irrelevante, já que trabalho com carteira assinada exige plano de saúde, o que significa que o setor privado contribui imensamente com a saúde; mais do que deveria, poderia ser argumentado. Mas enfim, a questão é que essa contribuição federal pra saúde não vai deixar de existir, ela será congelada o que, dado a inflação, significa um corte no futuro, caso muita coisa permaneça igual ao invés de melhorar. O que é uma tragédia, nossa saúde é subfinanciada, eu só estou me questionando aqui, entre amigues, se o foco da crítica não é errado.
 
Governo federal banca praticamente metade dos gastos públicos com saúde sozinho, fwiw.

O que não é de se surpreender, já que tributação federal é a maior de todjas.

Na real, pro tanto de renda que recebe, o sus até que é beeem topzinho. Medicos cubanos também, fwiw.

pelo que conheço de corrupção na saúde no brasil, com base em evidencia estritamente anedótica, diria que o grosso dela tá em administrador de hospital de cidade pequena. O tanto que é comum ver algum médico malandrops ferrando não só a população, como seus próprios companheiros, e desviando verba pra outras N coisas não tá escrito. Maaaasss, anedota. Com cerveja não é o coitado do plantonista que tá atendendo tem 20h que baixa norma que mesmo pelo sus tem que pagar X dinheiros pra dotôr ver.
 

Apzu

Member
O governo federal acaba que sempre tem dedo em tudo quanto é coisa que envolva gasto de governo, porque é quem de longe mais arrecada. Se não ocorre de forma direta, a união acaba dando dinheiro de forma indireta por meio de fundos e mais fundos, é por isso que volta e meia os prefeitos vão pra Brasília se reunir com o presidente da época para mendigar verba para tudo e nisso o governo federal empurra sua agenda. Acho que uma das reformas que a gente mais precisava era exatamente uma que mudasse a forma como nossa federação funciona, seria relativamente mais fácil para a gente cobrar melhorias se a maior parte dos impostos estivesse em um nível estadual, já que é mais fácil fazer pressão em deputado estadual do que em 500 deputados federais + 81 senadores.

Sobre corrupção na saude, se não me engano a máfia das ambulâncias, lá dos idos de 2006, era na maior parte em cidade pequena. Mas não dá pra dizer que só aconteça em cidade pequena, a máfia das próteses no DF mostra que cidade grande também não escapa muito.
 

Platy

Member
http://www.valor.com.br/politica/47...ocumento-com-criticas-pec-dos-gastos-publicos

Bem legal esse texto ^

E... Salário mínimo seria de R$ 400 se a PEC do Teto estivesse em vigor desde 1998, aponta FGV
Para referencia, o salario minimo atualmente é de 880 reais

Poderia, mas acho que é melhor quem tiver interesse procurar se informar sobre as portarias de financiamento do SUS, que vão explicar bem melhor que eu.

A minha frase saiu torta e sei que vc não disse isso por mal, mas pelo meus anos de trabalho na saúde pública no nível central me dói ver gente escrevendo ou falando coisas sobre o SUS que não entendem. Principalmente políticos.

Eu acho que seria legal ler o que vc que trabalhou na saude publica tem a dizer sobre o SUS... se vc poder escrever um pouco...principalmente pq o SUS é um dos órgãos que as pessoas menos entendem no brasil
 

Sblargh

Banned
É, eu tava lendo esse texto da valor econômico, é basicamente o que eu defendo também. Sem reforma tributária progressiva, a conta do nosso orçamento nunca vai fechar. Seja de direita, esquerda, cima, baixo, acho que isso deveria ser um ponto comum.

Menos impostos no que o pessoal compra, barateia os produtos, dá um fôlego pros mais pobres; compensa taxando o CNPJ. É um problema fundamental, eu gostaria de pessoal com a hashtag #pecdofimdomundo estivesse colocando junto algo do tipo #cobradosricos ou sei lá. :p
 
Acho que uma das reformas que a gente mais precisava era exatamente uma que mudasse a forma como nossa federação funciona, seria relativamente mais fácil para a gente cobrar melhorias se a maior parte dos impostos estivesse em um nível estadual, já que é mais fácil fazer pressão em deputado estadual do que em 500 deputados federais + 81 senadores.

Hmm, isso é meio que utópico. Exemplo imediato que me vem à cabeça é ipva, que é revertido totalmente pro estado, e...bem... que estado neste país que tem estradas não pedagiadas que prestam?

Creio que, mesmo se mudassem a estrutura pra estados receberem mais recursos, o resultado seria exatamente o mesmo em...ainda mais áreas =/

Tipo, se ate com carro, que é algo que brasileiro é doido a ponto de ver como investimento, pessoal nào cobra uma ação vigorosa do estado, que dizer com o resto?
 

Kid Ying

Member
Governo federal banca praticamente metade dos gastos públicos com saúde sozinho, fwiw.

O que não é de se surpreender, já que tributação federal é a maior de todjas.

Na real, pro tanto de renda que recebe, o sus até que é beeem topzinho. Medicos cubanos também, fwiw.

pelo que conheço de corrupção na saúde no brasil, com base em evidencia estritamente anedótica, diria que o grosso dela tá em administrador de hospital de cidade pequena. O tanto que é comum ver algum médico malandrops ferrando não só a população, como seus próprios companheiros, e desviando verba pra outras N coisas não tá escrito. Maaaasss, anedota. Com cerveja não é o coitado do plantonista que tá atendendo tem 20h que baixa norma que mesmo pelo sus tem que pagar X dinheiros pra dotôr ver.
yep. Eu até acho o sus razoável, mas sei que é porque vivo em cidade grande. Conforme tu vai mais pra subúrbio o serviço vai piorando, até ir pras cidades pequenas e aí ferrar tudo de vez.

No geral, aliás, cidade pequena costuma ser a meca dos corruptos. Não todos, óbvio, mas muita cidade que não tem nem o mínimo tu vê prefeito de Ferrari que nem mora no lugar. É fogo.
 

Apzu

Member
Hmm, isso é meio que utópico. Exemplo imediato que me vem à cabeça é ipva, que é revertido totalmente pro estado, e...bem... que estado neste país que tem estradas não pedagiadas que prestam?

Creio que, mesmo se mudassem a estrutura pra estados receberem mais recursos, o resultado seria exatamente o mesmo em...ainda mais áreas =/

Tipo, se ate com carro, que é algo que brasileiro é doido a ponto de ver como investimento, pessoal nào cobra uma ação vigorosa do estado, que dizer com o resto?
Eu concordo que tem um pouco de utopia, porque não bastaria só mudar a forma como a federação funciona, teria que ensinar as pessoas quem é responsável pelo o que. O problema da cobrança da população em cima do governo é que muitas pessoas não sabem quem devem pressionar, tem gente que acha que vários dos problemas que vê no dia a dia é culpa do presidente da vez. Tipo eu já vi gente reclamar que transporte publico ruim ou falta de policiamento era culpa da Dilma, sendo que isso são atribuições de municípios e estados. E eu nem estou falando do problema que as pessoas tem em entender que eleger alguém pro executivo não é eleger imperador que pode fazer o que quiser.

Sobre o IPVA, realmente ele não tem nada a ver com a união, o dinheiro é dividido 50-50 entre o estado e o município. A questão aqui acaba sendo que embora o imposto seja cobrado de veículos, os governos usam ele pra tapar buraco do resto todo do orçamento e eles nem escondem isso mais. E de certa forma é possível argumentar que isso acontece exatamente porque a constituição cobra a prestação de vários serviços dos estados e municípios, mas deixa a maior parte da arrecadação com a união. Os estados e municípios para conseguir um controle melhor dos gastos, então, desviam o dinheiro do IPVA e IPTU para fins diversos do que o inicialmente planejado para eles. Com isso o dinheiro que supostamente deveria ser revertido para melhoria das estradas vai para outras partes e o governo acaba depois leiloando a estrada, e o melhor é que esse dinheiro do imposto do pedágio também é revertido para outra parte do governo que não a de manutenção de estradas.
 
fwiw, quanto à PEC241 o que me incomoda é que não foi apresentado pelo governo qualquer estudo comparativo que prove a eficácia da medida. Há evidências objetivas de que tal medida de fato aumentaria investimentos? Há evidencias de que X resultados necessariamente positivos decorreriam da medida? Quais países de situação econômica similar à do Brasil tentaram medidas similares? Qual foi o impacto?

Tipo, se tu quer passar uma coisa dessas, esse é o exato mínimo que tu tem que fornecer, e se tu não fornece nem isso... fica a impressão de que a medida é um achismo do caralho pra tentar convencer a Fada da Confiança a atrair investimentos pro país, como Krugman costuma colocar.
 
A não ser que a pessoa sofra de aritmofobia, não vejo o que há de especial em 170 bilhões. Por isso que listas de dívida publica são computadas com base em porcentagem do PIB, da mesma forma que número de homicidios ou acidentes de transito é dada com base em 100k hab/veic, porque números, desacompanhados, não significam nada.

É um efeito similar a dizer que tem 10/11 milhões de desempregados. Tá. E dai? Qual a porcentagem da população trabalhadora que isso representa? Como o Brasil se compara com outros países nesse aspecto? Como se compara com seu próprio histórico?

Simplesmente mencionar um número, como se isso fosse carregado de significado, é... se limitar desnecessariamente, e dar chão para ser induzido em errado.

Da mesma forma, pegando por porcentagem do débito (e supondo-se que sua redução seja almejada), qual a meta a ser estabelecida? Em que prazo? Por que?

São perguntas absolutamente essenciais para qualquer pacote de medidas sério. Não estabelecer objetivos claros é seguir os caminhos de uma grande filósofa que uma vez disse:
“Não vamos colocar meta. Vamos deixar a meta aberta, mas quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta”
e essa história a gente ja viu no que deu.
 

Platy

Member
fwiw, quanto à PEC241 o que me incomoda é que não foi apresentado pelo governo qualquer estudo comparativo que prove a eficácia da medida. Há evidências objetivas de que tal medida de fato aumentaria investimentos? Há evidencias de que X resultados necessariamente positivos decorreriam da medida? Quais países de situação econômica similar à do Brasil tentaram medidas similares? Qual foi o impacto?

|
|
V

Só deixar guardado aqui pra quando o temer vier com "encher o bolo pra depois dividir" e outras medidas tipo a "flexibilização da clt"... o FMI falando que medidas de austeridade fodem a vida
 
Supondo que você não faz nada semelhante ao proposto na PEC, o que você faz que não leve o Brasil ao mesmo caminho da Grécia?

Há um elemento absolutamente necessário para que o Brasil possa se tornar uma Grécia, e esse elemento é abdicar do controle de sua própria moeda. Sem que o Brasil faça isso, é impossível que ele se torne uma grécia, simplesmente porque, à medida que inflação sobe e moeda perde valor, as mercadorias nacionais se tornam mais baratas e a balança comercial volta a ser extremamente favorável. Como literalmente acabou de acontecer.

A grécia não tem essa vantagem, já que usa o euro. Aí fica numa sinuca de bico.

fwiw, grécia ta usando medidas de austeridade desde 2010+-, e só foi pro quiabo mais nervosamente. Tanto é que, como o platy ja mencionou, FMI mesmo admitiu que a saída pra eles é credito barato por looooongo periodo ate economia se restabelecer.

Eu não to dizendo que tu fez ou até mesmo que sofreu isso lionel, mas via de regra, quem diz que "se brasil não fizer x, vira uma grécia" não ta exatamente distante de "tem que tirar pt do poder, senão brasil participará da revolução bolivariana".

Tipo, uma pergunta mais honesta seria "como impedir o brasil de virar um zimbábue", mas dai ainda assim a resposta seria "não deixe um josé sarney no poder durante 30 anos ininterruptos".
 
Eu não to dizendo que tu fez ou até mesmo que sofreu isso lionel, mas via de regra, quem diz que "se brasil não fizer x, vira uma grécia" não ta exatamente distante de "tem que tirar pt do poder, senão brasil participará da revolução bolivariana".

Sim, está ridiculamente distante disso. A Grécia foi pro buraco justamente por gastar mais dinheiro do que arrecadava ou seria capaz de pagar em empréstimos, o que é o que Brasil estava fazendo. "Revolução bolivariana" é gente histérica de Facebook e/ou seção dos comentários do O Antagonista. Isso é tão idiota quanto dizer que se você é a favor do impeachment da Dilma significa que você apoia o Bolsonaro ou algum histrionismo do gênero igualmente estereotipado pra quem pende mais pra esquerda.

De novo, sem sequer apoiar a PEC aqui, vocês acham que não havia a necessidade de nenhum controle de gastos públicos? Inflação e desvalorização da moeda não iam pagar a conta pra sempre, nem muito menos seriam alternativas viáveis devido a sua magnitude. Isso não é uma solução perpétua.
 
Novamente, não. Um país só é incapaz de pagar dívidas que não são feitas em sua própria moeda. Para quaisquer dívidas feitas na própria moeda, o país sempre será capaz de pagar se mantiver o controle dela. Isso é daquela mesma linha que pessoal ficar preocupado com o tanto da dívida publica americana que pertence à china: pouco importa, porque a dívida é em dolar, e, em razão disso, os Estados Unidos sempre serão capazes de pagá-la.

Se a dívida for feita em moeda estrangeira, no entanto, a coisa muda de figura (e fica análoga à situação da grécia). Porém, esta é a nossa dívida externa. E estas são as nossas reservas em moeda estrangeira. Como pode notar, nossas reservas de moeda estrangeira sempre estiveram acima de nossas dívidas externas nos últimos dez anos, assim garantindo nossa solvência.

A grécia já vinha com problemas de dívida pública muito antes de entrar no euro, e sempre deu um jeito. Assim como itália. Assim como portugal. Assim como Irlanda. Assim como frança. A partir do momento em que ingressou no euro, a história mudou, e os vários anos de medidas de austeridade, começados em 2008 e intensificados em 2010, não foram o caminho para tirá-la do buraco. Ou a itália. Ou a frança. Ou a irlanda. Ou portugal.

Adicionalmente, nós já temos controles de gastos públicos. é para isso que o tcu serve. é para isso que os tce's servem. é para isso que o ministério público serve. Dizer que não temos nenhum controle de gastos públicos é, necessariamente, falacioso.

Finalmente o TCU tem começado a de fato analisar contas do governo, mas uma das criticas mais comuns eram justamente que ele sempre tinha feito vista grossa para as pedaladas, e o mesmo se repete nos TCE's com as contas dos governadores. As questões ai então são "porque estavam fazendo vista grossa? Porque deixaram de fazer? Voltarão a fazer vista grossa?". Afinal, se durante tantos anos o TCU ignorou pedalas, porque achar que ele não ignorará essas novas medidas, se aprovadas? Não adianta tentar enxertar galho em arvore envenenada.

Eu não sei qual seria a solução perpétua. O que sei é que, se alguém me fala que quer adotar uma medida que perdurará durante vinte anos, é bom senso ver se ela confeccionou essa medida com base em dados concretos, quais são suas perspectivas de resultados, e como ela pretende reagir caso os resultados não sejam atingidos. Se esses dados não foram produzidos, eu posso achar que ela almeja vários objetivos, mas resolver a dívida muito provavelmente não é um deles.
 

Platy

Member
De novo, sem sequer apoiar a PEC aqui, vocês acham que não havia a necessidade de nenhum controle de gastos públicos? Inflação e desvalorização da moeda não iam pagar a conta pra sempre, nem muito menos seriam alternativas viáveis devido a sua magnitude. Isso não é uma solução perpétua.

a gente ta falando de alternativas faz 20 paginas =P

mas pro Temer é aquele esquema ...

GmxBfau.jpg


Ai não mexe com grandes fortunas (reforma tributaria por renda ao invez de gasto) pq eles fazem parte delas e não mexe com templos pq a bancada evangelica ta la...

Precisaria de um presidente com BOLAS pra fazer algo assim mas o Temer deve ser a pessoa com menos bolas a governar o Brasil =P
 
Novamente, não. Um país só é incapaz de pagar dívidas que não são feitas em sua própria moeda. Para quaisquer dívidas feitas na própria moeda, o país sempre será capaz de pagar se mantiver o controle dela. Isso é daquela mesma linha que pessoal ficar preocupado com o tanto da dívida publica americana que pertence à china: pouco importa, porque a dívida é em dolar, e, em razão disso, os Estados Unidos sempre serão capazes de pagá-la.

Bom, eu não sou economista, mas realmente me parece um modelo impecável de crescimento manter eternamente uma dívida pública, afinal, o país sempre pode pagar!

Ai não mexe com grandes fortunas (reforma tributaria por renda ao invez de gasto) pq eles fazem parte delas e não mexe com templos pq a bancada evangelica ta la...

Não mexe com grandes fortunas porque isso não é tão simples assim. E templos, sério? Essa é a solução? Realmente isso ia ajudar no controle de gastos públicos.

Edit: eles quem? Por favor me diz que eles são os illuminati.
 

Platy

Member
Não mexe com grandes fortunas porque isso não é tão simples assim. E templos, sério? Essa é a solução? Realmente isso ia ajudar no controle de gastos públicos.

Edit: eles quem? Por favor me diz que eles são os illuminati.


A imagem era sobre gastar menos e o texto sobre arrecadar mais. Se vc tem mais dinheiro, gastar a mesma coisa significa gastar proporcionalmente menos. Templos são pior que subways, tem um em cada esquina, sem contar os Salomão da vida.

Todos os seus links (ou todos menos o primeiro que bugou pq o site é banido) são sobre taxar empresas ... uma reforma tributária por renda funcionária pra pessoas que gerenciam tal empresas.

"Eles" eu to falando os políticos que escolhem quanto ganham sem medo de taxação pq a taxação é por gasto, não por ganho
 
A imagem era sobre gastar menos e o texto sobre arrecadar mais. Se vc tem mais dinheiro, gastar a mesma coisa significa gastar proporcionalmente menos. Templos são pior que subways, tem um em cada esquina, sem contar os Salomão da vida.

Todos os seus links (ou todos menos o primeiro que bugou pq o site é banido) são sobre taxar empresas ... uma reforma tributária por renda funcionária pra pessoas que gerenciam tal empresas.

Lógico que eu sou favorável a taxar os templos, mas não acho que seja uma solução pro problema em questão. "Mexer com os templos" não exclui a necessidade de uma fixação para os gastos públicos. Militares, congressistas e membros do judiciário estão inclusos na PEC, mídia eu francamente não sei porque o conceito de mídia é tão abstrato que qualquer resposta que eu daria aqui estaria errada.

E por que as pessoas que gerenciam as empresas fariam de qualquer forma diferente? Na real essa evasão seria ainda mais fácil pra elas. Isso sem falar no problema chave da questão que é que você não pode querer estabelecer um valor X de operação no Brasil sendo que, por exemplo, na Argentina ele seria Y, sem esperar um êxodo pra lá. E isso não exclui o problema de que você precisa teoricamente estabelecer um senso de responsabilidade nos gastos públicos, o que é a ideia central da PEC. Arrecadação não entra exatamente na questão.
 

Sblargh

Banned
Dois bons textos em minha opinião:

Laura Carvalho said:
Organizei 10 perguntas e respostas sobre a PEC 241, com base na minha apresentação de ontem na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Espero que ajude aqueles que estão sendo convencidos pelo senso comum. Lembrem-se: o orçamento público é muito diferente do orçamento doméstico.

1. A PEC serve para estabilizar a dívida pública?

Não. A crise fiscal brasileira é sobretudo uma crise de arrecadação. As despesas primárias, que estão sujeitas ao teto, cresceram menos no governo Dilma do que nos dois governos Lula e no segundo mandato de FHC. O problema é que as receitas também cresceram muito menos -- 2,2% no primeiro mandato de Dilma, 6,5% no segundo mandato de FHC, já descontada a inflação. No ano passado, as despesas caíram mais de 2% em termos reais, mas a arrecadação caiu 6%. Esse ano, a previsão é que as despesas subam 2% e a arrecadação caia mais 4,8%.

A falta de receitas é explicada pela própria crise econômica e as desonerações fiscais sem contrapartida concedidas pelo governo e ampliadas pelo Congresso. Um teto que congele as despesas por 20 anos nega essa origem pois não garante receitas, e serve para afastar alternativas que estavam na mesa no ano passado, como o fim da isenção de 1995 sobre tributação de dividendos, o fim das desonerações e o combate à sonegação. A PEC garante apenas que a discussão seja somente sobre as despesas.

A PEC também desvia o foco do debate sobre a origem da nossa alta taxa de juros -- que explica uma parte muito maior do crescimento da dívida, já que refere-se apenas às despesas primárias federais. Uma elevação da taxa de juros pelo Banco Central tem efeito direto sobre o pagamento de juros sobre os títulos indexados à própria taxa SELIC, por exemplo -- uma jabuticaba brasileira.

A PEC é frouxa no curto prazo, pois reajusta o valor das despesas pela inflaçã o do ano anterior. Com a inflação em queda, pode haver crescimento real das despesas por alguns anos (não é o governo Temer que terá de fazer o ajuste). No longo prazo, quando a arrecadação e o PIB voltarem a crescer, a PEC passa a ser rígida demais e desnecessária para controlar a dívida.

2. A PEC é necessária no combate à inflação?

Também não. De acordo com o Banco Central, mais de 40% da inflação do ano passado foi causada pelo reajuste brusco dos preços administrados que estavam represados (combustíveis, energia elétrica...). Hoje, a inflação já está em queda e converge para a meta. Ainda mais com o desemprego aumentando e a indústria com cada vez mais capacidade ociosa, como apontam as atas do BC.

3. A PEC garante a retomada da confiança e do crescimento?

O que estamos vendo é que o corte de despesas de 2015 não gerou uma retomada. As empresas estão endividadas, têm capacidade ociosa crescente e não conseguem vender nem o que são capazes de produzir. Os indicadores de confiança da indústria, que aumentaram após o impeachment, não se converteram em melhora real. Os últimos dados de produção industrial apontam queda em mais de 20 setores. A massa de desempregados não contribui em nada para uma retomada do consumo. Uma PEC que levará a uma estagnação ou queda dos investimentos públicos em infraestrutura física je social durante 20 anos em nada contribui para reverter esse quadro, podendo até agravá-lo.

4. A PEC garante maior eficiência na gestão do dinheiro público?

Para melhorar a eficiência é necessário vontade e capacidade. Não se define isso por uma lei que limite os gastos. A PEC apenas perpetua os conflitos atuais sobre um total de despesas já reduzido, que costuma ser vencido pelos que têm maior poder econômico e político. Alguns setores podem conquistar reajustes acima da inflação, e outros pagarão o preço.

5. A PEC preserva gastos com saúde e educação?

Não, estas áreas tinham um mínimo de despesas dado como um percentual da arrecadação de impostos. Quando a arrecadação crescia, o mínimo crescia. Esse mínimo passa a ser reajustado apenas pela inflação do ano anterior. Claro que como o teto é para o total de despesas de cada Poder, o governo poderia potencialmente gastar acima do mínimo. No entanto, os benefícios previdenciários, por exemplo, continuarão crescendo acima da inflação por muitos anos, mesmo se aprovarem outra reforma da Previdência (mudanças demoram a ter impacto). Isso significa que o conjunto das outras despesas ficará cada vez mais comprimido.

O governo não terá espaço para gastar mais que o mínimo em saúde e educação (como faz hoje, aliás). Gastos congelados significam queda vertiginosa das despesas federais com educação por aluno e saúde por idoso, por exemplo, pois a população cresce.

Outras despesas importantes para o desenvolvimento, que sequer têm mínimo definido, podem cair em termos reais: cultura, ciência e tecnologia, assistência social, investimentos em infraestrutura, etc. Mesmo se o país crescer...

6. Essa regra obteve sucesso em outros países?

Nenhum país aplica uma regra assim, não por 20 anos. Alguns países têm regra para crescimento de despesas. Em geral, são estipuladas para alguns anos e a partir do crescimento do PIB, e combinadas a outros indicadores. Além disso, nenhum país tem uma regra para gastos em sua Constituição.

7. Essa regra aumenta a transparência?

Um Staff Note do FMI de 2012 mostra que países com regras fiscais muito rígidas tendem a sofrer com manobras fiscais de seus governantes. Gastos realizados por fora da regra pelo uso de contabilidade criativa podem acabar ocorrendo com mais frequência.

O país já tem instrumentos de fiscalização, controle e planejamento do orçamento, além de metas fiscais anuais. Não basta baixar uma lei sobre teto de despesas, é preciso que haja o desejo por parte dos governos de fortalecer esses mecanismos e o realismo/transparência da política fiscal.

8. A regra protege os mais pobres?

Não mesmo! Não só comprime despesas essenciais e diminui a provisão de serviços públicos, como inclui sanções em caso de descumprimento que seriam pagas por todos os assalariados. Se o governo gastar mais que o teto, fica impedido de elevar suas despesas obrigatórias além da inflação. Como boa parte das despesas obrigatórias é indexada ao salário mínimo, a regra atropelaria a lei de reajuste do salário mínimo impedindo sua valorização real -- mesmo se a economia estiver crescendo.

O sistema político tende a privilegiar os que mais têm poder. Reajusta salários de magistrados no meio da recessão, mas corta programas sociais e investimentos. Se nem quando a economia crescer, há algum alívio nessa disputa (pois o bolo continua igual), é difícil imaginar que os mais vulneráveis fiquem com a fatia maior.

9. A PEC retira o orçamento da mão de políticos corruptos?

Não. Apesar de limitar o tamanho, são eles que vão definir as prioridades no orçamento. O Congresso pode continuar realizando emendas parlamentares clientelistas. No entanto, o Ministério da Fazenda e do Planejamento perdem a capacidade de determinar quando é possível ampliar investimentos e gastos como forma de combate à crise, por exemplo. Imagina se a PEC 241 valesse durante a crise de 2008 e 2009?

10. É a única alternativa?

Não. Há muitas outras, que passam pela elevação de impostos sobre os que hoje quase não pagam (os mais ricos têm mais de 60% de seus impostos isentos de tributação segundo dados da Receita Federal), o fim das desonerações fiscais que até hoje vigoram e a garantia de espaço para investimentos públicos em infraestrutura para dinamizar uma retomada do crescimento. Com o crescimento maior, a arrecadação volta a subir.

e

Samuel Braun said:
1) A PEC não propõe especificamente o corte na saúde e educação. Isso é uma simplificação para arregimentar apoio mas que faz a crítica parecer amadora.
2) O que se propõe? Que os gastos, gerais, sejam não mais estabelecidos percentualmente por área como prevê a Constituição hoje, mas tomando este ano como ponto de partida, sejam definidos anualmente com base na inflação do ano anterior.
3) O que significa? Que - por mero exemplo - se nosso orçamento fosse de 1 trilhão esse ano, o gasto com educação seria 180 bilhões (18%). Ano que vem, se crescesse o PIB 10% e junto o orçamento, o mínimo pra educação seria 198 bilhões (180+10%). Com a proposta, mesmo o PIB e orçamento crescendo 10%, se a inflação for de, por exemplo, 4,5%, que é a meta, a educação terá 188 bilhões. 10 bilhões a menos que no modelo atual.
4) Em 20 anos assim, numa conta meramente ilustrativa, o orçamento da educação que poderia chegar a algo como 540 bilhões, alcançaria apenas 242 bilhões, menos da metade. Aqui transpus o percentual para a educação, mas numa velocidade dessas, nem mesmo zerando outras áreas (pois o teto não é setorial, mas geral) para por dinheiro na educação seria capaz de manter o nível investimento.
5) Na verdade não é um controle dos gastos, pois isso poderia se dar respeitando o piso constitucional vigente, o problema está num outro gasto, que sozinho corresponde a metade do orçamento, não tem piso constitucional e é corrigido inúmeras vezes acima do crescimento do PIB, inflação, etc.
6) Se metade do que pagamos de impostos é gasto com habitação, saúde, etc, a outra metade vai pra pagar a dívida pública. Essa dívida nunca foi auditada. Nem sabemos se devemos mesmo mais. O Congresso aprovou que se auditasse, mas infelizmente o PT vetou. Coisas da “direita rentista”. Quando o governo define a taxa de juros em 14%, significa que aumentamos os gastos nesse item em 14%! E pra isso não tem PEC. Esse gasto não entra no teto. Porque???
7) Há dois motivos pra se pagar muito imposto no Brasil, e dois motivos para termos descontrole dos gastos.
7.1) Sobre os impostos: O primeiro é que nossa tributação é injusta e burra. Ela tira muito de quem mesmo dando tudo pouco pode oferecer, e tira praticamente nada de quem se desse pouco mais sozinho bancava mais que o tudo daqueles primeiros. Exemplo: tire 5 de quem tem 10. Ele perde metade e você só obtém 5. Agora tire 20 de quem tem 100. Você obtém muito mais e quem pagou ainda fica com muito. Multiplique essa distorção por milhões e você terá o modelo tributário brasileiro. O segundo é que temos um crescimento dos gastos com a dívida insustentável, que precisa ser pago com nossos impostos.
7.2) Sobre o descontrole: o primeiro motivo é uma soma de corrupção, ineficiência, má-gestão e burocracia. O segundo é que temos um crescimento dos gastos com a dívida insustentável, que pressiona nosso resultado final sempre para déficit.
8) Em nenhum dos casos uma PEC que deixe livre o problema comum (crescimento dos gastos com a dívida insustentável) e ataque os gastos sociais, que não é o problema nem da carga tributária nem do descontrole financeiro, irá resolver nada. Irá, isso sim, piorar. Gastos com dívida não produzem um único centavo. É jogar dinheiro pela janela. Gastos sociais, aumentos de salários, investimentos, aquecem a economia, geram produção, consumo, emprego, crescimento, maior circulação de bens e capitais, aumento do PIB. Cortar isso por vinte anos gera recessão na economia. Imagina isso num país já em crise econômica? Eis a receita da ruína da Grécia, no Brasil.
9) O que está se propondo, em resumo, é cortar todos os gastos e investimentos do governo, que totalizam metade do orçamento hoje, para transferir este saldo para a outra metade, a dívida. Simples. Teto pra tudo de um lado, enquanto o céu é o limite para as despesas com a dívida do outro. O desequilíbrio continua, a carga tributária não baixa, o país mergulha em recessão, perde competitividade produtiva, desemprego aumenta, pobreza e desassistência também, nos endividamos mais e sabe-se lá o fim disto!
10) A PEC 241 não cumpre o que promete, faz o oposto, de maneira perversa e irresponsável.

A resposta 3 da Laura traz um dado que eu acho interessante e acho que é pouco debatido, já vi esse dado antes em análises que me parecem sólidas: as empresas estão endividadas. O mercado não vai reagir sem aumento do consumo porque o setor privado está tão ou mais quebrado que o governo; aí quando o governo também não keynesiana sua parte... eu acho muito difícil ter crescimento real pós-PEC por causa desse dado.
 

Platy

Member
1) A PEC não propõe especificamente o corte na saúde e educação. Isso é uma simplificação para arregimentar apoio mas que faz a crítica parecer amadora.

O governo não terá espaço para gastar mais que o mínimo em saúde e educação (como faz hoje, aliás). Gastos congelados significam queda vertiginosa das despesas federais com educação por aluno e saúde por idoso, por exemplo, pois a população cresce.

...não parece uma simplificação pra mim =P

E pra falar de coisa feliz .... depois do Temer ligando pro Faustão, é a vez do Moro mandando cartinha pra Folha

 

Sblargh

Banned
Porque se a economia cresce, o investimento na saúde e educação pode aumentar. É inexato. Eles não aumentariam tanto quanto aumentariam sem a PEC, mas aumentariam.

Você não pode dizer que "corte" é igual "não cresce tanto quanto poderia crescer". Corte é o que o governo Dilma/Temer tem feito mesmo sem PEC, que é simplesmente não mandar o dinheiro naquela direção.
 
E pra falar de coisa feliz .... depois do Temer ligando pro Faustão, é a vez do Moro mandando cartinha pra Folha

Temer ligando pro Faustão tudo bem que foi ridículo, mas isso? Você leu a matéria citada? E se foi mesmo um absurdo? É a Folha, eu realmente não duvido. Além do mais, quão diferente é isso de um direito de resposta usado por todo mundo desde o princípio dos tempos?

AAAAAH NEOGAF TAVA EM MANUTENÇÃO PELO JEITO E MEU GLORIOSO TEMA ESCURO NÃO ESTÁ FUNCIONANDO, NÃO CONSIGO LER NADA, SÓ VEJO TONS DE AZUL
 

Platy

Member
É essa aqui
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2016/10/1821713-desvendando-moro.shtml

Não tem nada que OMFG "devem ser evitadas" ... não é um texto particularmente bom, mas eu gostei desse paragrafo :

A corrupção é quase que apenas um pretexto. Moro não percebe, em seu esquema fanático, que a sua justiça não é muito mais que intolerância moralista. E que por isso mesmo não tem como sobreviver, pois seus apoiadores do DEM e do PSDB não o tolerarão após a neutralização da ameaça que representa o PT.

Que funciona sempre pq né Moro, e o Cunha civil dando role que foi citado 27 mil vezes na lava jato ? Se não pega o Temer e o Aécio com foro privilegiado, qual sua desculpa pro Cunha ?
 
Esse foi um dos textos mais absurdamente ridículos que eu já na li na minha vida e francamente até mesmo a Folha deveria ter vergonha de vincular seu nome numa baboseira dessas. Certo o Moro de se revoltar e exigir resposta. O cara basicamente disse que ele vai pra fogueira. Uma fogueira metafórica, claro, a mesma fogueira pra onde foi a integridade jornalística desse... FÍSICO? MEMBRO DO CONSELHO NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA? Bom, agora eu entendo a qualidade assombrosa das animações gráficas usadas pela Globo nas olimpíadas.

E sobre o Eduardo Cunha, ele virá. A Lava Jato ainda está focado no "topo" do esquema. Isso pode ser torturante de ouvir, mas o Eduardo Cunha é fichinha perto de quem está sendo preso ou às vésperas de ser preso. Até lá, ele é de livre uso pra todo mundo que quer dizer que a Lava Jato é tendenciosa.
 

Apzu

Member
Bom existe controle de despesas por meio de teto em outros países, não é nada inventado pelo Brasil, como noticiado pelo Valor economico que até colocou essa imagem resumo aqui, que constam o México e Australia, que são países que seriam comparáveis ao Brasil.
oZkAtF3.jpg

Mas o importante que eles comentam é o que o pessoal vem falando sobre o tempo de 20 anos e revisão da meta só em 10 anos.
Segundo Ribeiro, o que mais diferencia a PEC 241 dos limites para a despesa adotados em outros países é o prazo de duração, de 20 anos, com possibilidade de revisão apenas do método de correção da despesa em dez anos.

...

O mais comum, como acontece na Finlândia, na França e na Holanda, é que a regra seja revista a cada quatro anos, diz ele

Sobre o controle atual por TCU e TCEs eles realmente já deveriam ser suficientes, a gente não deveria precisar de teto já tendo órgãos para fiscalizar o governo. O problema maior aqui é que muitas vezes os funcionários desses órgãos fiscalizam o governo e levam para frente relatórios sobre os problemas, mas aí chega na diretoria que é composta por indicações de políticos e as recomendações são arquivadas. E quando eu falo de indicação política não é como em agências que a pessoa tem que ser pelo menos da área, mas que é possível até indicar políticos mesmo, como quase fizeram com o Gim Argello em 2014 e hoje ele está preso por conta da lava-jato.

Com relação a grécia, acho que a gente não chega nesse nivel não. Talvez a comparação seja mais apropriada para algum dos estados que estão quebrando por má gestão do que para o governo federal em si. Se fosse para comparar os nossos problemas econômicos com outro país, acho que o pior cenário não seria a grécia, mas sim a argentina. Só que como o Coriolanus falou, nós temos reservas suficientes para pagar as dívidas externas, então não vamos dar calote no FMI.

Agora falando de notícias mais animadoras, a Carmen Lucia recebeu um grupo de crianças de orfanato ontem no STF e ao que parece está vendo formas de agilizar o processo de adoção, que costuma demorar bastante.
 

Sblargh

Banned
Outros países fizeram. Mas deu certo?

E sim, o Brasil é diferente da Grécia, mas não sei se pra melhor. Nós ainda temos o problema de ser um país incompleto, sem infraestrutura básica, ou seja, um país onde investir em coisa do tipo saneamento básico e construção de escola é um investimento que pode potencialmente trazer frutos muito bons lá na frente. Nós estamos aquém do nosso potencial (diferente do "primeiro mundo" que estão onde mais ou menos se espera), então coisas que invistam em destrancar esse potencial causam crescimento econômico real.

Eu não sei como conciliar essa realidade com medidas de austeridade.
 

Massa

Member
É essa aqui
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2016/10/1821713-desvendando-moro.shtml

Não tem nada que OMFG "devem ser evitadas" ... não é um texto particularmente bom, mas eu gostei desse paragrafo :



Que funciona sempre pq né Moro, e o Cunha civil dando role que foi citado 27 mil vezes na lava jato ? Se não pega o Temer e o Aécio com foro privilegiado, qual sua desculpa pro Cunha ?

O Moro lê NeoGAF (e usa Vita com certeza).

http://oglobo.globo.com/brasil/moro...inicio-acao-penal-contra-ex-deputado-20284751
 

Sblargh

Banned
Haha, eu ia elogiar o cara dizendo que "bom, pelo menos ele ouve as pessoas", mas ele não me ajuda.

O que ele quis dizer é tipo, "é verdade que eu estou mudando a constituição, mas aí, se pá, é só mudar a constituição de novo". O que é verdade, mas é o pior argumento que um político pode fazer: "essa lei que eu estou propondo é horrível, mas isso é uma democracia, e dá pra votar num congresso que, no futuro, desfaça meus erros".
 
Que funciona sempre pq né Moro, e o Cunha civil dando role que foi citado 27 mil vezes na lava jato ? Se não pega o Temer e o Aécio com foro privilegiado, qual sua desculpa pro Cunha ?

Ah como eu amo quando esse tipo de coisa se prova falso tipo horas depois.
 

Apzu

Member
Se ler deve ser um dos brasileiros que não aparecem por aqui, mas que adoram um gif de novela.

Haha, eu ia elogiar o cara dizendo que "bom, pelo menos ele ouve as pessoas", mas ele não me ajuda.

O que ele quis dizer é tipo, "é verdade que eu estou mudando a constituição, mas aí, se pá, é só mudar a constituição de novo". O que é verdade, mas é o pior argumento que um político pode fazer: "essa lei que eu estou propondo é horrível, mas isso é uma democracia, e dá pra votar num congresso que, no futuro, desfaça meus erros".
É horrível, mas é totalmente realístico. Essa PEC de congelar por 20 anos tem grandes chances de ser derrubada antes desse tempo. São poucas coisas que conseguem durar tanto tempo assim por aqui, especialmente referente a orçamento. É provavelmente por conta de muitos saberem disso que a PEC tem que ser de 20 anos inicialmente, porque ninguém espera que ela dure o seu tempo todo, então se fizesse isso por 5 anos ninguém dava bola.
 

Kid Ying

Member
Sou da escola de que se você vai fazer a parada tem que ir no all in. Esses boatos já desacreditam toda a "austeridade". Fosse bom ou ruim, só deixa esse governo com uma cara de perdido da porra.
 

Tiu Neo

Member
Depois da Dilma, eu acho bom um presidente que saiba voltar atrás e que diga "Eu errei".

O problema do Temer é que ele tornou isso o modus operandi dele, tenta algo, recebe críticas, volta atrás/muda o discurso.
 

Sblargh

Banned
Depois da Dilma, eu acho bom um presidente que saiba voltar atrás e que diga "Eu errei".

O problema do Temer é que ele tornou isso o modus operandi dele, tenta algo, recebe críticas, volta atrás/muda o discurso.

É, eu ia concordar, mas não é isso que ele está dizendo. O que ele está dizendo é que se 10 anos pra próxima revisão for muito ou mesmo 20 anos pra PEC inteira for um problema, daqui 2 anos ou 6 nós podemos eleger presidente melhor. :p
 

Tiu Neo

Member
É, eu ia concordar, mas não é isso que ele está dizendo. O que ele está dizendo é que se 10 anos pra próxima revisão for muito ou mesmo 20 anos pra PEC inteira for um problema, daqui 2 anos ou 6 nós podemos eleger presidente melhor. :p

Nada mais é do que ele voltando atrás em ser um bom presidente :p

Ainda estou dividido nessa PEC. Acho que no geral, vai ser ruim, mas se bem executada poderia trazer bons frutos. Infelizmente, não confio em nossos políticos para executá-la bem.
 

allansm

Member
Mas a argumentação é de que se fosse por pouco tempo, não ia restaurar a fé dos investidores de que é um plano sério de reestruturação.

E eu até concordo. Se fosse pelo tempo que o Temer estivesse lá seria risível. Maluco sai em menos de dois anos, mas 20 anos parece exagerado também.

Pra mim, acho que a sugestão do PT de botar cláusulas na pec de eximir saúde, educação e segurança taria de boa. Foda que se for ver, o país gasta ora caralho nessas áreas, então seria o mesmo que não fazer pec alguma.

Algo interessante de notar é que fé dos investidores não significa nada. Economistas defensores de austeridade adoram falar na tal "confiança do investidor", mas não há nenhuma prova de que isso realmente existe. Investidores são movidos pela possibilidade de ganhar dinheiro com um certa segurança, não por pura confiança. O mercado pode confiar totalmente no Temer, mas nenhum empresário vai investir se a recessão continuar e não houver demanda pros produtoss dele, não importa a confiança que ele tenha na equipe econômica.

Nada mais é do que ele voltando atrás em ser um bom presidente :p

Ainda estou dividido nessa PEC. Acho que no geral, vai ser ruim, mas se bem executada poderia trazer bons frutos. Infelizmente, não confio em nossos políticos para executá-la bem.

Gastos podem ser controlados sem necessidade de PEC alguma. O primeiro mandato do governo Lula teve um bom controle de gastos e reduziu a dívida e ele não tinha nenhuma PEC. A PEC só engessa a gestão, porque limita o que tu pode gastar em determinada área. Por exemplo, um governante poderia resolver gastar menos em propaganda e investir mais em infraestrutura, mas a PEC impediria isso porque o gasto em infraestrutura superaria o do ano anterior. Isso sem contar que a PEC corrige o gasto só pela inflação, não pelo aumento da arrecadação. Uma vez que a crise acabar, a arrecadação vai subir muito, e esse dinheiro simplesmente não vai poder ser usado.

Por fim, o que importa não é o valor da dívida em si, mas a razão PIB/dívida. A razão hoje no Brazil é 70%, abaixo de muitos países na Europa, estamos longe de estarmos quebrados. A dívida pode ter dado um salto enorme nos últimos anos, mas isso tem muito a ver com baixo crescimento e recessão, não só gastos em excesso. Uma vez que a economia voltar a crescer, desde que a dívida cresça menos que o PIB nós já estaremos diminuindo o endividamento.

Depois da Dilma, eu acho bom um presidente que saiba voltar atrás e que diga "Eu errei".

O problema do Temer é que ele tornou isso o modus operandi dele, tenta algo, recebe críticas, volta atrás/muda o discurso.

Na minha opinião, o que acontece é outra coisa: Temer e sua equipe estão completamente desconectados do Brasil atual. A direita não estava no poder desde 2002, o PMDB desde 1989, o país mudou muito desde então. Temer e sua equipe governam como nos anos 80/90, aí acontece de terem que recuar em certas questões porque não esperavam reação (porque nos anos 80/90 não haveria nenhuma).
 

allansm

Member
Lógico que eu sou favorável a taxar os templos, mas não acho que seja uma solução pro problema em questão. "Mexer com os templos" não exclui a necessidade de uma fixação para os gastos públicos. Militares, congressistas e membros do judiciário estão inclusos na PEC, mídia eu francamente não sei porque o conceito de mídia é tão abstrato que qualquer resposta que eu daria aqui estaria errada.

E por que as pessoas que gerenciam as empresas fariam de qualquer forma diferente? Na real essa evasão seria ainda mais fácil pra elas. Isso sem falar no problema chave da questão que é que você não pode querer estabelecer um valor X de operação no Brasil sendo que, por exemplo, na Argentina ele seria Y, sem esperar um êxodo pra lá. E isso não exclui o problema de que você precisa teoricamente estabelecer um senso de responsabilidade nos gastos públicos, o que é a ideia central da PEC. Arrecadação não entra exatamente na questão.

Essa questão do exôdo não é bem assim. Empresas adoram usar isso pra gerar medo, mas tais exôdos raramente acontecem porque há outros fatores envolvidos além de tributação. No mais, o Brasil é um dos países que menos taxa ricos no mundo, e um dos poucos que não tem imposto de renda sobre lucros. O Brasil é um paraíso tributário para super ricos segundo a ONU, não há argumento que justifique não mudar isso. Fuga de capitais pra paraísos fiscais não é desculpa porque os nossos ricos já tem muito dinheiro lá, duvido que um aumento de impostos não abusivo faça eles levarem o resto.
 
Essa questão do exôdo não é bem assim. Empresas adoram usar isso pra gerar medo, mas tais exôdos raramente acontecem porque há outros fatores envolvidos além de tributação. No mais, o Brasil é um dos países que menos taxa ricos no mundo, e um dos poucos que não tem imposto de renda sobre lucros. O Brasil é um paraíso tributário para super ricos segundo a ONU, não há argumento que justifique não mudar isso. Fuga de capitais pra paraísos fiscais não é desculpa porque os nossos ricos já tem muito dinheiro lá, duvido que um aumento de impostos não abusivo faça eles levarem o resto.

Eu não discordo quanto a um aumento não abusivo. No entanto, sempre que eu ouço o papo de "impostos para os mais ricos", dificilmente eu imagino que não seja um aumento considerável o suficiente pra gerar um efeito adverso e pra mim a melhor forma de pensar nisso é que o governo do PT teve 14 anos pra fazer isso, por que não fez? Porque provavelmente não funciona.
 

Tiu Neo

Member

A primeira não abre aqui, mas a manchete é meio triste, e até um tanto surpreendente.

Essa da Luciana Genro eu achei uma babaquisse quando vi, na verdade. Ela deu a entender que o moleque pediu um carrinho normal, e ela deu um de bebê. Se o que a notícia fala está certo, então tudo bem, eu acho. De qualquer maneira, sei que ainda daria uma retaliação pelo tweet, mas não chegaria no nível que chegou.
 

Apzu

Member
A primeira não abre aqui, mas a manchete é meio triste, e até um tanto surpreendente.

Essa da Luciana Genro eu achei uma babaquisse quando vi, na verdade. Ela deu a entender que o moleque pediu um carrinho normal, e ela deu um de bebê. Se o que a notícia fala está certo, então tudo bem, eu acho. De qualquer maneira, sei que ainda daria uma retaliação pelo tweet, mas não chegaria no nível que chegou.
Coloquei outras noticias com conteúdo parecido, foi uma noticia reportada por vários jornais quando saiu. Basicamente uma ONG fez um levantamento considerando as oportunidades que as mulheres tem nos países e pra isso considerou o indice de conclusão do ensino médio delas, quantas engravidam na gravidez, quantas morrem no parto e quantas são forçadas a se casar quando ainda são muito jovens, ou seja, não por escolha própria. Infelizmente, nós estamos mal na maior parte dessas estatísticas e mais impressionante é que somos um dos países com maior numero de casamentos de meninas jovens, crianças mesmo.

Sobre essa questão do casamento de meninas com menos de 15 anos, teve um matéria da BBC sobre isso no ano passado e tinha esse pequeno quadro resumo na matéria:
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150908_casamento_infantil_brasil_fe_cc

5 principais razões de casamento infanto-juventil no Brasil

  • Gravidez indesejada;
  • Controle dos pais sobre a sexualidade das filhas, com a ideia de que, "se começou a ter relação sexual, é melhor casar logo";
  • Pobreza da família e necessidade de um provedor financeiro;
  • Falta de perspectiva de vida das jovens, sem interesse especial pela escola e sem futuro profissional, o que amplia a vontade de sair da casa dos pais;
  • Desejo expresso dos maridos de se casarem com garotas mais jovens e mais "obedientes" a eles.

Fonte: Pesquisa "Ela vai no meu barco"

E sim, a Luciana genro se expressou muito mal, ela deveria ter especificado desde o começo que ele queria um carrinho de boneca e não um carrinho normal. Mesmo assim, alguns comentários ali foram absurdos, não estavam reclamando que ela teria dado o presente errado, mas que não se deveria nunca dar um carrinho de boneca para um menino.
 
Top Bottom